O tempo vai fazer maravilhas para a sua escrita.
Mas para isso você precisa fazer sua parte também.
Oi, more!
Se você assinou essa newsletter quer dizer que você quer trabalhar sua escrita com mais atenção nesse novo ano (que só começa oficialmente segunda-feira) e isso é ótimo!
Talvez você me conheça do Instagram, Bluesky ou X, ou me descobriu pela própria plataforma do Substack, não importa! O fato é que agora estamos juntes e vamos construir uma comunidade de escritories LGBTQIAP+ interessades em lapidar a própria literatura.
Caso você não me conheça…
Meu nome é Isabela Fiori, mas todo mundo me chama de Izzy.
Eu sempre quis ser escritore. Mesmo não sabendo conscientemente disso, é algo que eu sempre tive dentro de mim. Porém, me aceitar como tal foi um processo.
Na minha infância e pré-adolescência eu não levava isso a sério. Na minha adolescência e começo da vida adulta, estava inundada de problemas mentais para sequer saber do que gostava ou deixava de gostar.
Foi só no final da faculdade que a escrita voltou para mim, mas mais como hobbie. Jamais eu me consideraria, de verdade, escritora naquela época. Mas gostava o suficiente para dar um passo nessa direção.
Comecei a pós-graduação de Escrita Criativa e a trabalhar mais constantemente em um projeto autoral, mas eu só consegui me dar o título de escritora em 2023, quando lancei meu primeiro livro.
Isso pode ter acontecido porque nesses 2 anos de pós eu dei um salto na minha produção literária que me deu segurança. Ou talvez seja coincidência. Provavelmente é os dois.
O fato é, minha escrita de fato foi da água para o suco de uva nesse período (não digo vinho, porque acho que temos sempre como melhorar).
Quais os motivos da minha evolução?
1) Ler intencionalmente
Ainda que eu não me sentisse pronta, na pós-graduação eu fui obrigada a levar a escrita a sério. Era frequente que nós discutíssimos livros nas aulas, debatendo aspectos específicos da história. Não só isso, eu passei a tomar a atitude de ler livros que pudessem me ajudar no desenvolvimento do meu projeto.
Então, se eu pudesse dar um conselho para você que está querendo melhorar sua capacidade de contar histórias, diria para procurar livros do seu gênero ou parecidos em algum ângulo com o seu. Seu livro é escrito em primeira pessoa? Procure livros em primeira pessoa. Seu livro é um romance? Leia livros de romance.
Mas vou além, pois acho que é importante também sair da zona de conforto, então leia clássicos. Tem quem não concorde, mas se eles sobreviveram a prova do tempo, certamente tem algo de especial.
É assim que você vai começar a criar seu repertório.
2) Estudar escrita criativa
Sou um pouco suspeita para falar porque a recém diagnósticada com TEA aqui tem esse como um interesse especial, o que obviamente faz estudar ser muito mais fácil, mas…
Não dá para negar o quanto as teorias e técnicas de narratologia, junto com um repertório, me ajudaram a desenvolver o que eu escrevo.
Sim, eu tive acesso a professores especializados, mas hoje em dia tem muita informação na internet também. Então começa pelo básico: vídeos no Youtube, livros para escritories iniciantes e até essa newsletter!
Você vai ver que pensar o processo vai te ajudar a entender melhor o que você está fazendo ou deixando de fazer.
3) Procurar a opinião de outras pessoas
No meu primeiro livro, eu não fiz Leitura Crítica (e nem passei pela mentoria da pós, já que esse livro entrou na frente do que era o projeto do curso) e me arrependo muito disso.
Não porque eu não ache o livro bom, mas porque sei que eu poderia ter trabalhado ele bem melhor se tivesse passado por ume profissional — e assim, eu sei que é uma grana, mas para mim (e falo como autora) é algo que vale o investimento.
Isso porque você pode até identificar sozinhe o que precisa melhorar na sua escrita, mas um olhar de fora vai ser muito mais preciso, independentemente do quanto você estuda.
É por isso que leitories critiques tem sues leitories critiques.
Agora, se você não tem mesmo como investir em alguém para ler seu livro, não se desespere. Procure leitories que possam ler a versão crua do livro, mesmo que não sejam escritories ou profissionais do texto.
Alguma coisa essas pessoas vão identificar no seu livro e você pode pegar a informação para saber suas prioridades de estudo e leitura.
4) Participe de uma comunidade de escritories
Uma coisa que a pós-graduação me trouxe foi o contato com outres autories. No meu caso, eram pessoas das mais variadas: cada qual em uma faixa etária, gênero, raça, sexualidade e escrevendo temas e gêneros diferentes.
Mas você também pode entrar em grupos online de escritories mais parecidos com você. A própria Escrita Colorida é uma comunidade e incentivo você a deixar comentários e trocar ideias nos posts através do app do Substack.
Mas pra quê ter uma comunidade? Ora, além de fazer amizades, quando o “bloqueio criativo” bater você vai ter onde recorrer.
Geralmente as pessoas são bem receptivas e vão trazer ideias que podem ajudar a desembaralhar sua cabecinha.
Exercício de casa
Me sugeriram nas caixinhas do Instagram que eu trouxesse algo para exercitar a criatividade, então vou trazer sempre no final da newsletter uma sugestão que vocês podem seguir ou não.
Dessa vez, como acabamos de passar pelo carnaval e estamos no início oficial do ano, quero mexer na sua TBR (to be read). São duas adições importantes:
Um livro que te ajude diretamente a desenvolver seu projeto atual ou o próximo, caso como eu, você não esteja escrevendo nesse momento.
Um clássico ou um livro muito conhecido que esteja distante do que você está escrevendo ou vai escrever.
Mesmo em março, ainda podemos começar bons e novos hábitos!
Se você gostou…
Indique essa newsletter para escritories LGBTQIAP+ ou aliades que queiram desenvolver a própria escrita em 2025 e comente no app que livros você escolheu pra ler esse ano.
Nos vemos de novo sem ser esse domingo, o outro!
Bem legal… Aguardando o próximo !!
amei as dicas, izzy! já faço boa parte delas, mas sempre bom relembrar!